segunda-feira, 17 de julho de 2017

Otelo, Grande Otelo.

Amélia Luz

Ferido na alma pura
vítima de tantas travessias...
No rosto tragédias e comédias
dores de senzalas distantes, marcas de chibatas,
açoites herdados de uma raça oprimida e forte.
Com maestria, do seu sofrimento,
fez seu passo em novas coreografias.
Artista transformou a lágrima em riso
estrelando nos palcos do mundo
sob a máscara de seus múltiplos personagens.
Do mambembe para a fama um pulo certeiro,
nos espetáculos musicais
que marcaram a sua carreira ímpar.
Macunaíma, ah... Macunaíma!!!
Expressou com talento o tipo brasileiro nato
com fino humor sob a pele de seda.
Sem aplausos, sem luzes,
Sem alegrias, sem sinfonias despede-se!
Fecha-se a cortina grená
no último ato heroico vivido.
Silêncio, agora só adeus, saudade e silêncio...
Eternidade?


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