segunda-feira, 17 de julho de 2017

Drummonianos


Amélia Luz


Toma a tinta
Fere o papel e pinta,
Mostra tua face
Nos teus poemas
Mascarados de dor
De causa de amor
E de sofrimento!
Poemas sentidos
De paixão proibida
Na essência da alma
Que chora em renúncia...
Vê gerar a semente de cada verso
Que em estranho silêncio
Comunga contigo
O mesmo sentimento.
Toma pois, da negra tinta
Fere à pena a opala do papel
Que virgem, aguarda a tua denúncia.
Sê então fiel, protetor,
Guardião da palavra que cria
No salto mortal imprevisto
Da vida perversa ou transversa
Que te fez assim, poeta!
Mas livre Carlos, bem livre,
Toma da tua tinta mais colorida,
Teu sangue, tua seiva, tua vida,
E calado, entre as montanhas
De ferro de Minas, em memória,
Conta todos os mistérios
Da tua história.
Teu rosto de poeta

Não tem idade, nem pressa...

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