segunda-feira, 17 de julho de 2017

 Para  Marina Colassanti

Amélia Luz.

Nas linhas das tuas mãos, Marina,
A fonte, o manancial, a mina...
Um mapa de letras mágicas
Sopradas aos quatro ventos...
Inspirada, criaste nas asas da vida,
Um mundo deslumbrante,
De tantas memórias, em tuas histórias,
Que o tempo teimoso ficou a contar...
Marina menina, de alma ferina,
És luz etíope, a brilhar no negrume,
Matando trevas traiçoeiras...
Bordaste artesã, teu vestido de fada,
Com fios de ouro, precioso tesouro,
Que vestiste, senhora da palavra,
Ao criares, fecunda, em hora plena...
Estranha mulher, estranha!
Delicada, fabulista, rara,
Cara a cara com a ruptura,
Com a derrubada de vãos preconceitos.
O salto, a acrobacia, a coragem,
O empalhar dos sonhos andarilhos
Com mãos cristalinas, semeando estrelas...
Teceste alegorias, vaga-lume do firmamento.
A palavra, o ofício, a palavra prenha,
Adereço do teu caminho magnífico,
Símbolo da esperança e da liberdade
Que te fez assim mulher e te descobriu, fêmea!


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