quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Amélia Luz
Pirapetinga/MG

Crônica: Ofício de Escrever
Pseudônimo: CAPITU


O velho professor ficou pensativo! O acordo agora era o mandachuva, de nada adiantaria conservar antigas ideias. Fez uma ultrassonografia no Documento Oficial, comprovou os dados para se situar e caiu de paraquedas na ortografia. Pensou, já não lêem, nem crêem. Hoje, modernamente, todos leem e creem na Língua Portuguesa, no voo objetivo rumo ao futuro, obedecendo fielmente o tique-taque da vida.
Da circum-navegação aos nossos dias muita coisa mudou no “vernaculus” de Camões, com K,W e Y incorporadas ao alfabeto. Vale lembrar que tudo se modifica e a língua é viva transformando-se ao passar do tempo.
Portugal, de tantos herois, no “Navegar é preciso” deixou-nos esse país quase continente onde nada poderá deixar de ser respeitado na assembleia geral das letras.
Para o Brasil para estudar as novas regras. Não adianta para-choques!!! Temos que estar na vanguarda e apaziguar todo mau entendimento. Povoo meu texto de novidades ortográficas. A língua tem nova forma que forma o seu uso atualizado, de Coimbra ao Chuí. Além-fronteiras, no dizer bem humorado dos lusitanos, bem-vinda seja a reforma. Ziguezagueando estamos todos nós, no aprendizado diário das normas estabelecidas para as famílias das palavras e todos os seus agregados.
Regras são para bem escrever, não adianta discutir, dentro de tão amplo domínio geográfico em que as naus descobridoras chegaram. Precisávamos de um guia orientador que nos permitisse, mesmo com alguns desacertos iniciais, chegar às vantagens de um só Português para todos os países lusófonos.
Apostos, nós estamos, cães de guarda da nossa língua, escritores que somos, nas inconstâncias dessa travessia.
A sala de jantar, as cortinas cor de vinho, um fim de semana prolongado no salve-se quem puder dos erros ortográficos. Assim, estaremos no mesmo disse me disse, construindo conscientemente, com dedicação e esforço o novo escrever, sem ser um maria vai com as outras.
Somos coautores da reforma preestabelecida e coerdeiros da língua lusa revirando o baú de Camões, de Eça ou de Pessoa, verdadeiro arco-íris verbal da humanidade, trazido pelos bem-ditosos navegadores portugueses.
Não importa se sou António ou Antônio, se moro na Amazónia ou na Amazônia, ouvindo o canto do uirapuru da minha terra. Não quero escrever blasfémia ou blasfêmia lingüística, aqui no trópico. É que, por estranho que nos pareça somos irmãos de sangue e somos gémeos ou gêmeos em todas as nossas raízes culturais.
Assinamos então, académicos ou não acadêmicos, rendendo-nos ao encanto das palavras. Não as sequestramos, nem as prendemos em masmorras... Espalhamo-nas aos quatro ventos, na força das caravelas descobridoras.

  

Poesia Sobras do Tempo video

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Nas asas da Liberdade    Allende Vive.


Título: Salvador Allende - Latinidade.


Allende reformista...
Allende marxista...
Allende socialista...
Primeiro presidente esquerdista
A ocupar o poder
Pela força popular das urnas!
Depois de tantos anos passados
Allende surpreende pelo seu exemplo,
Allende ainda vive para o Chile
E para as nações latino-americanas.
Personalidade marcante
Tinha a política nas veias,
Defendida em seus discursos,
Desde a mocidade...
Um idealista, um mito, um realizador,
Um defensor das camadas mais pobres.
Entregou-se à causa das massas,
Acreditando na luta socialista democrática!
Precisava trabalhar a consciência do povo
Mergulhado em total miséria.
Queria desfraldar a bandeira da cidadania!
Foi amordaçado pelas forças norte-americanas
Que temiam o sucesso do seu governo de esquerda.
Veio o desequilíbrio econômico e suas conseqüências!
Isolou-se em La Moneda, resistindo até a morte!
O exército de Pinochet o pressionava,
Apoiado pelos Estados Unidos.
Um fuzil automático AK-47,
Deu-lhe o tiro fatal! Lamentavelmente!
Não entregou o poder ao inimigo,
Preferiu sacrificar a sua vida
Em defesa dos seus ideais...
Foi ele, a primeira vítima,
Da terrível ditadura militar chilena.
Imponente, sua estátua lembra o lutador,
Que marcou com seu sangue
Os labirintos da História da América.
O estadista está morto
Seus ideais, porém, continuam vivos,
Na luta por uma sociedade mais justa

De raízes puramente socialistas...

TATUAGEM
Amélia Luz – Pirapetinga – Minas Gerais - Brasil

Minha pele-pergaminho
Sedenta de tanto carinho
É via, é caminho,
Para minha arte!
Mural de mensagens
Desenhadas à mão
Ou com mais exatidão
A urucum e jenipapo!
Em bico de pena,
Tatuo imagens estranhas
Delicadas ou agressivas,
Procurando expor beleza viva
Na alvura da derme virgem,
Painel para minha imaginação!
Espalho vasto manto colorido
Com os tons da natureza
Cobrindo-me com tinturas sensacionais.
Pinto minha casca nata
Com motivos orientais, religiosos,
Tupiniquins, ornamentais,
Raízes da minha origem selvagem.
Dou nova pele ao meu corpo
Objeto de olhares curiosos.
Sinto-me especial, espacial,
Sobrenatural, irreal...
Sou surreal na fantasia que extasia!

E as emoções brotam do meu novo visual!



Amélia Luz
Pirapetinga/MG

Crônica: Ofício de Escrever
Pseudônimo: CAPITU


O velho professor ficou pensativo! O acordo agora era o mandachuva, de nada adiantaria conservar antigas ideias. Fez uma ultrassonografia no Documento Oficial, comprovou os dados para se situar e caiu de paraquedas na ortografia. Pensou, já não lêem, nem crêem. Hoje, modernamente, todos leem e creem na Língua Portuguesa, no voo objetivo rumo ao futuro, obedecendo fielmente o tique-taque da vida.
Da circum-navegação aos nossos dias muita coisa mudou no “vernaculus” de Camões, com K,W e Y incorporadas ao alfabeto. Vale lembrar que tudo se modifica e a língua é viva transformando-se ao passar do tempo.
Portugal, de tantos herois, no “Navegar é preciso” deixou-nos esse país quase continente onde nada poderá deixar de ser respeitado na assembleia geral das letras.
Para o Brasil para estudar as novas regras. Não adianta para-choques!!! Temos que estar na vanguarda e apaziguar todo mau entendimento. Povoo meu texto de novidades ortográficas. A língua tem nova forma que forma o seu uso atualizado, de Coimbra ao Chuí. Além-fronteiras, no dizer bem humorado dos lusitanos, bem-vinda seja a reforma. Ziguezagueando estamos todos nós, no aprendizado diário das normas estabelecidas para as famílias das palavras e todos os seus agregados.
Regras são para bem escrever, não adianta discutir, dentro de tão amplo domínio geográfico em que as naus descobridoras chegaram. Precisávamos de um guia orientador que nos permitisse, mesmo com alguns desacertos iniciais, chegar às vantagens de um só Português para todos os países lusófonos.
Apostos, nós estamos, cães de guarda da nossa língua, escritores que somos, nas inconstâncias dessa travessia.
A sala de jantar, as cortinas cor de vinho, um fim de semana prolongado no salve-se quem puder dos erros ortográficos. Assim, estaremos no mesmo disse me disse, construindo conscientemente, com dedicação e esforço o novo escrever, sem ser um maria vai com as outras.
Somos coautores da reforma preestabelecida e coerdeiros da língua lusa revirando o baú de Camões, de Eça ou de Pessoa, verdadeiro arco-íris verbal da humanidade, trazido pelos bem-ditosos navegadores portugueses.
Não importa se sou António ou Antônio, se moro na Amazónia ou na Amazônia, ouvindo o canto do uirapuru da minha terra. Não quero escrever blasfémia ou blasfêmia lingüística, aqui no trópico. É que, por estranho que nos pareça somos irmãos de sangue e somos gémeos ou gêmeos em todas as nossas raízes culturais.
Assinamos então, académicos ou não acadêmicos, rendendo-nos ao encanto das palavras. Não as sequestramos, nem as prendemos em masmorras... Espalhamo-nas aos quatro ventos, na força das caravelas descobridoras.