quarta-feira, 1 de julho de 2015

MÁSCARAS

Amélia Luz


No novelo da vida
Encontrei um estranho mascarado
Que me olhou com profundidade
Com o seu olhar de enfado...
Retirei sua máscara fria
Encontrei com desgosto
Um conhecido rosto que chorava!
Com cuidado, as suas feridas eu curei,
Banhando-as com as lágrimas milagrosas
De um imenso amor reprimido...
E naquele rosto amargurado,
De repente, uma nova imagem surgiu.
Conscientes ou inconscientes
Agarramos juntas nossas velhas ilusões
Num ato maduro, resgatando um tempo!
Abandonei o que era e o que tinha,
Nada mais me importava tanto!
Colocamos, fingidores, novas caras,
Sobre nossos rostos maltratados!
Ressuscitamos sonhos submersos
Importantes para nossa identidade afetiva.
Hoje, no bloco dos sujos,
Saímos livres, fantoches inseparáveis,
Ele de Pierrô, eu de Colombina,
Com os corações fantasiados na folia da vida.
Sem confetes e sem serpentinas,
Sinto sempre quase menina,
Viajo de olhos vendados nos seus braços puros
Que me levam tão seguros,
Por caminhos de paz antes desconhecidos!

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