quarta-feira, 1 de julho de 2015

 A Granada e o Tempo

Amélia Luz

Abre a tua mão fechada em cofre
Expõe tuas humanas fraquezas...
Deixa então sobre a mesa,
Entre sonhos perdidos
A granada destrutiva
Que explode em silêncio,
Dentro de ti, a cada momento,
Levando tudo a tua volta.
Vai, cuida do teu tempo,
Que não é teu somente
Na corrente de um mundo,
Que não é fixo é ciranda
É represa e é fluxo.
Toma a semente da liberdade
Caminha, anda, comanda,
Tua luta é ferrenha,
Mostra a tua lealdade.
Planta, planta viva,
A semente da poesia,
Que a ti foi confiada.
Ela reproduzirá a tua história
Nos segredos do santuário
Do teu coração de menina...
Sob teus pés, andarilhos e nus,
Há campos em flor que esperam
A colheita em abundância.
E teus braços fortes se encherão
De fartos molhos de paz...

Nenhum comentário:

Postar um comentário