quarta-feira, 21 de junho de 2017

“SOIS TOUJOURS POÈTE, MEME EM PROSE”

“SOIS TOUJOURS POÈTE, MEME EM PROSE”

Amélia Luz

Pseudônimo: AMELIÈ POULAN

Mal-me-quer
Bem-me-quer
Flores do mal
 Em jarra de cristal
Sobre a velha cômoda
Perfumando sonhos espraiados.
Possessões e obsessões
Na agonia da dor
De um amor perdido
Lembrando a alcova
Da inocente mocidade
Em noite escura
De abismos misteriosos
E incompreensíveis separações.
Paraíso perdido
Na queda do homem mortal
Corruptível e fraco
O amor e a morte
O tempo e o eterno
O espírito e a matéria
O exílio e o tédio enovelados.
Os olhos de Zeus atentos
A observar o barqueiro Caronte
Transportando no Estige
As almas dos mortos banais
Sem nunca cansar os braços
Manejando remos sobre águas turvas.
Da agonia romântica
À floração poética madura
Vidas gerando vidas, morte à espeita,
Masmorras no limiar de tragédias tantas.
A  “tabes dorsalis” a corroer o homem nas entranhas
No silêncio soluçante como o de um pária.
E não houve mais caminho de retorno

Só de caminhada adiante, sempre adiante.


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