Amélia Luz
Da morte absurda
Restou a sombra transitória
O desfazer dos dias sombrios
Contagem regressiva
Nas horas terríveis da
solidão,
Mistério da erosão interior
Que tanto o atormentava...
Era como um pássaro indefeso
Esmagado nas suas próprias
mãos.
Odiado, rejeitado ou amado,
Rompeu com regras impostas,
Escolheu o pomo mais amargo
Escondido em folhagens
venenosas.
Vomitou a rotina, sua sina,
Círculo vicioso da depressão
Que o sucumbia em silêncio...
Era como a rês marcada
Esperando a hora para o
sacrifício!
Gritou, pediu que lhe
ouvissem,
O gemido do seu sofrimento
Mas os ouvidos surdos não
foram capazes,
De percebê-lo assim, tão
humano!
Descrente, mergulhado nos
delírios insanos,
Que o perturbavam
amargamente,
Vestiu inconsciente a sua
mortalha
Entre os cacos espalhados da
sua vida!
Andarilho, não esperou que um
vento forte
Viesse atirá-lo ao chão,
fruto maturo,
Entre os vermes famintos da
terra-pó.
A noite interminável, a
coragem, o estampido...
Pode deixar como memória
Pois as palavras mordem como
víboras,
Neste purgatório, que
vivemos,
De punições e chibatas!
Acho oportuna e importante o tema "Prevenção ao Suicídio". Num mundo conturbado, numa sociedade doente nem sempre os nossos companheiros de caminhada conseguem obter forças para suportar o sofrimento.
ResponderExcluirEu vivi esse fato em família. O desemprego, a depressão, a falta de perspectivas, a solidão. DEMITIDO/EXONERADO - palavras fortes que precisam ser ditas com cuidado. O desequilíbrio: e tudo se perdeu em silêncio na surpresa de um disparo no peito.