DUELO
O homem duela
com o seu mundo
interior
travando batalhas
sangrentas.
Duela com o cosmos
com o uno, com o
complexo
com o momento
passageiro
ou com o eterno
inexplicável
diante da sua
insignificância...
Ser e Estar
debatem-se
em conflitos e
turbulências...
Eu fui alguma coisa
que se perdeu
inesperadamente
dentro de mim
dando-me a condição
de Estar.
Avalio-me, sinto-me
ameaçado,
nas novas crenças e
propósitos.
Encolho os ombros,
abro-me para a vida,
sou lobo ou
cordeiro, anjo ou feiticeiro,
folha minúscula ou
árvore frondosa
entre podas e
ramagens viçosas...
A mudança faz parte
do Ser
que é movimento
multifacetado
de influências e
riscos diversos.
Eu duelo se Estou,
grito, cresço, manifesto...
Martelo o Sou,
calo-me na concha
solitário, metamorfoseando-me...
Saio para a caçada
jovem, Estando,
- sou o avatar de
mim mesmo –
volto velho e
enxovalhado, sobretudo Sendo...
Ninguém é totalmente
“o sou” intocável,
sempre caça, luta e
aprende.
Estando duvida e
questiona
perdido em lucidez e
enganos incontáveis...
Mas modifica-se nas
suas relutâncias,
até o minuto que
antecede a sua morte.
Porque também a
morte, o que é afinal?
É passagem, é
passagem,
É mudança para o
desconhecido!!!
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